Nhô Lau – um grande amigo de meu pai – que devereda portava em minha casa para tomar um górpe de café torrado na hora, temperado com garapa e prosear. Passou naquela manhã de sexta-feira, bateu palma. Pela fresta da parede, espiei e dei um salto da esteira molhada, agora de xixi. O sol estava escaldante lá fora, de rebentar mamona comóde no dizer dos mais antigos.
- Porte Nhô Lau, bom dia!
Cumprimentei-o e fui me aproximando da carroça que era meu divertimento preferido, enquanto eles proseavam.
-Nhô! – chamou Nhô Lau – vim busca mecê pra passeá na vila, cadê sua mãe, ta em argure?, Campeie, Espero que ela num cie Chame que vô pedi pra ela deixá mecê i comigo.
-Bom dia Nhô Lau! Quanto tempo? Mecê já queimô a roça?, Perguntou mamãe.Deixe as coivara pra mim ome.
-Já cumadi. E o cumpadi, nada de notícia? Quê será aconteceu com o home, muié?, mece ta costeando com o pobre.
-Num sei não, mais vamo mudá de assunto. Nhô Lau, onde mecê tá indo mesmo?
-Pra vila né? – É que eu carecia de leva Nhonhô comigo de camarada, se mece num ciá dele, só que vô vortá só dumingo, se mecê num simportá e cunfiá em nheu.
-Claro cumpadi! Pode i sim e se Nhonhô quisé ele pode visitá a cumadi Efigênia, sua madrinha, que faiz tempo que ele num vê, num esqueça de pedi bença a ela.
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