EPÍLOGO


Ao retornar à chácara, encontro Lau que estava a caminho da cidade com uma bela garota no assento da velha charrete.

Brincalhão, coloca-se no meio do variante obrigando-me a parar. Insinuando uma situação, apresenta a sobrinha que pretende rever a cidade.

- André, essa é minha sobrinha Leila. Você não gostaria de acompanhá-la? – disse-me, um pouco sem jeito.

- Aceito!

Manobrei, enquanto Lau voltava para a chácara. Agora teria um motivo a mais. A inseparável chuva me acompanhava comprometendo a moça a molhar seus lindos cabelos cacheados, molhando o papel toalha do café-bar., meu lugar preferido onde a levei.

Olhando no fundo de meus olhos, diz que me conhecia desde que eu era um “Nhonhozinho” e jamais se esquecera do dia que parei na saída da fazenda para verificar o pneu da bicicleta, quando ali estive pela primeira vez.

Ainda molhada, tenta descolar a blusa do corpo, o aguaceiro contínuo fez-me recordar os momentos de ternura que passei ao lado de Elena.

Leila parecia compartilhar de toda minha solidão, convidei-a para retornar à vila e ao longe pude perceber uns movimentos estranhos. Na chácara, Lau apressado pede para parar o carro como que querendo confidenciar algo, segura as minhas mãos e cochicha pra todo mundo ouvir: - Nhonhô! Digo, Sabuguinho, não André, você não sabe na maior ou da melhor!

- Claro que sei Lau! – respondo – vencemos a concorrência para fornecer muda para o paço, não é?E com honestidade sem cartas marcadas, como fazem os corruptos.

- Muito melhor que isso – diz ele – a nossa princesinha voltou. Elena, André, Elena!

- Onde esta a Tuti, onde? – Perguntei, Lau parecia mais ancioso que eu.

Ao avistá-la, ao lado dos pais, ela não sabia se vinha ao meu encontro. Ainda afastada pergunta se eu a amo. As lágrimas manhosas misturadas com a goteira do beiral da velha casa de taipa são o melhor cenário para selar para sempre o nosso eterno reencontro.

A família toda reunida, mexericam, Lau, muito gracioso, pergunta a data do casamento, limpando as unhas com o graveto de lenha. Abraçados, saímos para o terreiro e no banco de cerne, Elena fica a observar os vaga-lumes enquanto conta o que foi fazer em sua viagem de arage. O garnisé canta no poleiro e Lau resmunga: tá na hora de pega no batente.







INTÉ!!!

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